Numa manhã de Maio
(foto: Catarina Cruz)
Quando derrubares todos os muros que insistes em saltar
Quando as tuas mãos pousarem no colo
Engelhadas, enfraquecidas
Dos esticões que dás nas linhas que enrolam o teu coração
Quando regressares ofegante à superfície
E deixares de mergulhar em naufrágios violentos
Quando a palavra experiência já te soar oca por dentro
Quando a comodidade se instalar e arrendar os teus membros
A mentira: "Ela esperou por mim."
A verdade: "Não se espera por aquilo que nunca se chega a perder."
E pensas em regressar numa manhã de Maio
Porque ainda é Primavera e aguardam-te túlipas em tons de beige e vermelho
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