Bloc Party
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Não importavam as escoriações físicas
Ou os gritos ensurdecedores
Não eram importantes os membros que voavam por cima de nós
Atacando-nos, por vezes, com força
Não significavam nada a desidratação, o sufoco, a temperatura que ascendia
O que permanecia era a o teu sorriso que se alterava
De acordo com os acordes que eram dedilhados
E com as vozes que mudavam de tom(perfeito.)
Numa manhã de Maio
(foto: Catarina Cruz)
Quando derrubares todos os muros que insistes em saltar
Quando as tuas mãos pousarem no colo
Engelhadas, enfraquecidas
Dos esticões que dás nas linhas que enrolam o teu coração
Quando regressares ofegante à superfície
E deixares de mergulhar em naufrágios violentos
Quando a palavra experiência já te soar oca por dentro
Quando a comodidade se instalar e arrendar os teus membros
A mentira: "Ela esperou por mim."
A verdade: "Não se espera por aquilo que nunca se chega a perder."
E pensas em regressar numa manhã de Maio
Porque ainda é Primavera e aguardam-te túlipas em tons de beige e vermelho