14.10.05

Quebra

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(foto: Le Borgne)

Tenho sempre estas alucinações ridículas
Imagino-te sempre do meu lado
Mas ao abrir os olhos vejo apenas a almofada
Vazia e com o cheiro ilusório dos teus cabelos

E agora esta dor
Este aperto no peito que não termina
As lágrimas que não querem sair
Do cansaço que é errar constantemente

Estás num patamar tão inatingível
Que seria mais fácil alcançar uma estrela
E embrulhá-la como se fosse uma prenda
Para te oferecer no dia do teu aniversário

Anseio dormir durante semanas, meses
Para ver se ao acordar já tenho teus traços esquecidos
Mas o sono não chega nunca
E continuas a pairar no meu pensamento

Ainda me lembro das tuas últimas palavras
São elas que me fazem seguir em frente
E que me impedem de cometer um acto egoísta
Ouço-as no vento quando quero desistir

Cada dia é mais difícil de suportar
Esta quebra dos meus mais profundos planos
Só queria poder lavar este sentimento de mim
Como se de uma nódoa se tratasse